domingo, 14 de outubro de 2012

春夏秋冬 - Parte 1

春夏秋冬, shunkashūtō, é a expressão japonesa para dizer "as quatro estações"; e é formada pela justaposição dos caracteres para primavera (春, haru), verão (夏, natsu), outono (秋, aki) e inverno (冬, fuyu). O passar das estações é um fenômeno bem vívido no dia-a-dia japonês e permeia todas as manifestações artísticas e culturais desse povo.

Ao contrário do Brasil - o país tropical - a posição do Japão dentro da zona de clima temperado permite uma distinção bem clara das quatro estações do ano. Isso é bastante aproveitado também comercialmente. Nos posts a seguir, farei um breve apanhado das quatro estações do ano por aqui.


1. Primavera, Haru (1)

A primavera é, possivelmente, a estação mais esperada do ano. É o momento do florescer das adoráveis sakuras (flores de cerejeira) e umehanas (flores de ameixeira); porém, mais do que isso, é um indicativo de que após meses de reclusão e de friaca, chegou a chance de novamente sair nas ruas sem quilos de roupas e, por que não, arriscar até a usar uma camiseta de mangas curtas.

Quando chega essa época, começam a surgir bolos, cupcakes, donuts e uma variedade de doces e receitas usando as folhas das cerejeiras:


Além disso, é também a época da primeira colheita de chá (o novo chá, 新茶), e dos morangos! Em termos de preço, acho que a única época em que se encontra morangos em todos os mercadinhos e a preços acessíveis. É também o início de um novo ano fiscal e período letivo - e também, claro, o final do anterior. Por isso, a primavera e as sakuras são bastante relacionadas à passagem de uma fase e marcam as cerimônias de formaturas. Uma das minhas músicas preferidas, chamada 9 de março, explora lindamente essa temática da primavera, a espera pelo florescer das árvores e o sentimento de agradecimento associado ao fim de um período. Por isso, é uma das mais tocadas nas cerimônias de formatura:


Algumas fotos das minhas primaveras (duas já!) aqui:

Corredor em frente ao prédio principal da minha universidade. Tirei essa foto no primeiro dia em que fui lá. Foi um ótimo welcome! :)



Uma prática comum na primavera é o hanami: momento pra juntar a família, os amigos, agregados, etc. e fazer uma boquinha ao ar livre - aproveitando os novos ventos da estação.

Um dos últimos sobreviventes do inverno!

Do alto do monte Tsukuba! Meses depois, voltando a tomar sol nos braços!

Uma velha guerreira. Essa árvore tem mais de 800 anos! Pense quantas primaveras ela já testemunhou. 




Para mim, a primavera tem um cheiro único. Lembro-me do cheiro do ar quando cheguei aqui no Japão (era primavera). Lembro do aeroporto vazio, do frio estranho que fazia ao mesmo tempo em que o Sol brilhava lá fora. Primavera me lembra as criancinhas correndo pra lá e pra cá no meu campus, e fazendo picnics debaixo das árvores; e das chuvas de sakura:


Primavera me lembra sakura mas, mais do que sakura, me lembra as flores de ameixeira. Por quê? Não sei, mas gosto mais delas do que das sakuras. Segundo meus colegas daqui, as flores de ameixeira eram as flores principais e símbolo da primavera no Japão antigo, antes das sakuras. As flores de ameixeira são um pouco menores do que as de sakura, mas mais brancas - e têm um cheiro delicioso! (As sakuras, ao contrário do que eu esperava, são quase inodoras.)

Dois poemas de primavera, do monge-poeta Ryokan (f. 1831):

Me dediquei ao sakê e às flores;
Hoje, sakê-sakê
Amanhã, sakê-sakê!
(obs. sakê em japonês pode significar tanto o álcool [酒] quando o florescer [咲け])

Primeiros dias da primavera: céu azul, sol forte.
Tudo vai tornando-se gradualmente verde e vivo.
Carregando minha tigela, caminho lentamente ao vilarejo.
As crianças, surpresas ao me ver,
Amontoam-se alegremente ao meu redor, terminando
Minha viagem mendicante às portas do templo.
Coloco minha tigela sobre uma rocha e
Penduro minha trouxa no galho de uma árvore.
Ali brincamos com as ervas silvestres e jogamos bola.
Brinco de pega por um tempo, enquanto as crianças cantam;
Depois é minha vez.
Brincando assim, aqui e ali, esqueci-me do tempo.
Passantes apontam e riem de mim, perguntando,
"Qual o motivo de tanta tolice?"
Sem resposta, ofereço apenas uma reverência profunda;
Ainda que eu respondesse, eles não entenderiam.
Olhe ao seu redor! Não existe nada mais que isso.


2. Verão, Natsu (2)

Ah, o verão! Eu, particularmente, tenho uma relação de amor e ódio com essa estação. Quando não estamos nela, gosto; mas basta começar o calor infernal, e já fico com vontade de que termine logo. Bom, ainda bem que nada é permanente, não é mesmo? O verão por aqui é mais quente (comparando as sensações térmicas) do que os que experimentei no Brasil; não por atingir temperaturas absurdas, mas por ter uma umidade elevadíssima. De todas as estações do ano, é - no meu ponto de vista - a mais desconfortável. À umidade elevada, soma-se a quase obsessão dos japoneses pelo ar condicionado: a combinação perfeita para experimentar variações térmicas de mais de 10 graus a cada meia hora.

O verão começa lá pelo fim de maio/começo de junho com a temporada das chuvas - conhecida por aqui como chuvas das ameixas (梅雨, tsuyu), por coincidir com a época de amadurecimento desses frutos. Aliás, é durante esse período que se começa a produção artesanal da famosa (e deliciosa) conserva de ameixas, o umeboshi (梅干) - que começa a aparecer com mais intensidade nos mercados no pico do verão. Comidas típicas do verão são unagi (enguia), melancia (com sal!), kaki gōri (raspadinha) e sorvete.

Sushi de unagi!
Umeboshi com arroz branco. 最高だ!
Raspadinha, bem incrementada! Com gelo de chá verde, leite condensado, feijão azuki (sim, feijão!) e bolinhas de arroz (sim, arroz!). Delícia!!


Algumas fotos minhas:

E começa a chuvarada...

E continua a chuvarada!

Vegetação verde no seu esplendor! 

Dando uma passeada pelos montes no oeste de Tokyo (região de Okutama)

:D... Aposto que fui amaldiçoado por dezenas de espíritos depois de zoar essas máscaras.

Senpuki! Esses abanadorezinhos são espalhados pra todo canto durante o verão.

Para mim, verão me lembra calor, suor, raspadinha, sorvete e - claro - os festivais. Os japoneses amam o verão por duas coisas em particular: festivais e férias! Como no Brasil, as férias escolares longas, de dois meses, caem durante essa época: agosto e setembro. Nesses dois meses, a melhor coisa a se fazer por aqui é ficar em Tokyo, porque qualquer lugar mais fresquinho longe da capital estará bombando de gente (e, acredite, japoneses sabem lotar um lugar).

Minhas memórias do verão são bem diversas, mas acho que é a estação do ano da qual guardo mais recordações, por enquanto. Ano passado, fui para Tohoku três vezes durante o verão. Minhas memórias dos trabalhos voluntários estão repletas de suor, água e chás gelados, mosquitos, cigarras cantando, e sol rachando. Além disso, fui a festivais (em Tokyo e também em Tohoku) e participei de retiros em templos em Shizuoka e Yokohama. Talvez por ser um época tão quente, sobre energia para fazer as coisas, né? :)

Trabalhando no calor: haja hidratação! (Ishinomaki, Miyagi-ken, 2011)

Merecido leite gelado (!) no onsen (termas) depois de um fim de semana de trabalho! (Ishinomaki, Miyagi-ken, 2011)
Aproveitando um break para curtir as ondas (Kesennuma, Miyagi-ken, 2011)

Primeiro festival em Ishinomaki após o tsunami (vide post anterior).

Primeiro festival em Ishinomaki após o tsunami (vide post anterior).
Primeiro festival em Ishinomaki após o tsunami (vide post anterior)
Vista do Tokei-in. (Shizuoka, Shizuoka-ken, 2011.)

Dogen Sangha - Sesshin de Verão, 2011. (Templo Tokei-in, Shizuoka) 
Chuva, chuva, chuva. (Tsurumi, Yokohama, 2012.)
Estátua dos monges mendicantes, em um dos templos sede (Sojiji) da minha escola budista. (Yokohama, Kanagawa-ken, 2012.)
Sojiji - Denkokai Sesshin 2012. Esse no meio da foto (de roupa bege) é o abade do templo, mestre Egawa-zenji. (Yokohama, Kanagawa-ken, 2012.) 
Sol fritando lá fora! (Templo Kasuisai, Fukuroi, Shizuoka-ken, 2012.)

E, claro, dá-lhe chuva! (Kakegawa, Shizuoka-ken, 2012.)

Dogen Sangha - Sesshin de Verão, 2012. (Templo Kasuisai. Fukuroi, Shizuoka-ken)

Enfim, isso foi apenas um pouco do que experienciei por aqui nessas ultimas estações. No próximo post, falarei um pouco sobre o outono e o temível inverno! :)

Antes, mais dois poemas do mestre Ryokan:

Preparo-me para uma soneca em minha pequena cabana.
Nos campos, sapos cantam suas melodias
Os pássaros no bambuzal os acompanham.

Começo do verão. Descendo lentamente um rio límpido num bote de madeira,
Uma garota brinca gentilmente com uma flor de lótus vermelha, em suas brancas mãos.
O dia vai tornando-se mais e mais brilhante.
Jovens rapazes brincam ao longo da margem
E um cavalo corre pelos salgueiros.
Observando em silêncio, sem falar com ninguém,
A bela garota não mostra que tem seu coração partido.

Até breve! Ou, para japonesar um pouco, またね!(mata ne!

    

--
(1) O caractere para primavera, 春, simboliza as plantas (艸, modificado) crescendo (屯, modificado) ao sol (日) - segundo etimologia do caractere chinês.

(2) O caractere para verão, 夏, deriva de um pictograma mais antigo (夓), representando uma pessoa de máscara (面) caminhando lentamente (夊). A ideia é representar o crescimento e a passagem entre os anos (em Chinês, um termo poético para passagem dos anos é 春秋 [chūnqiū], literalmente primavera-outono; e o verão é justamente a estação nesse meio).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vivendo no laboratório

A vida de pesquisador no Japão não é fácil. Japoneses são super dedicados nas coisas que fazem (ou são completamente desleixados: 8 ou 80), e mesmo os pequenos hobbies tornam-se quase uma obsessão para a maioria deles.

A filosofia de pesquisa por aqui é bem diferente do que eu estava acostumado no Brasil: aqui temos seminários do grupo de pesquisa todas as semanas; todos os alunos participam, ora apresentando seus trabalhos, ora fazendo perguntas sobre os trabalhos dos outros. Apesar de parecer meio assustador, é um hábito bastante interessante que motiva os alunos a trabalharem e gerarem resultados para apresentar, e ao mesmo tempo estimula o diálogo inter-pesquisas através do brainstorming com o grupo de trabalho.

Entretanto, parece existir uma certa relutância em fazer trabalhos em parceria com outros laboratórios; possivelmente por egoísmo ou prepotência dos professores, não sei bem ao certo. Mas, enfim, acho que isso deve acontecer em outros laboratórios ao redor do mundo também. (Apesar que na USP a coisa era bem diferente, pelo menos no meu departamento.)


Outro mito é o de que tudo aqui no Japão é high tech. Meu laboratório - e talvez eu tenha sido o azarado - só tem equipamentos velhos e de segunda mão! Mas mesmo isso é interessante: os japas usam os equipamentos até não dar mais, e conseguem bons resultados mesmo assim! Sassuga nihonjin! Não posso dizer o mesmo quanto a mim, que estou travando uma guerra épica contra um HPLC para conseguir medir minhas amostras. Às vezes acho que esse equipamento tem vida própria...

Bom, é isso aí. O Japão não é um mar de sakuras e, de vez em quando, nos decepciona. Mas assim é a vida, não é?


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Voluntariando em Tohoku

Já postei sobre o trabalho voluntário aqui várias vezes. Foi uma das principais experiências que tive aqui no Japão até então (embora seja bastante difícil rankear todas as milhares de novas experiências que tive por aqui desde que cheguei).

O Pedro preparou, com muita paciência e dedicação, um vídeo divulgando um pouco do que vivenciamos nessas viagens, para divulgar ao pessoal do B2012 no Koshukai desse ano. Segue:




--
PS.: Ignorem nossas caras mongas e a exímia desenvoltura na frente da câmera =P

sábado, 7 de janeiro de 2012

Adieu 2011!



2011 se foi. Foi um ano bastante intenso, não apenas para mim mas para o mundo inteiro. Aqui, no Japão, foi um ano de aceitação e recuperação. A cada ano, a fundação que administra o Exame de Aptidão em Ideogramas (Kanji kentei ou, abreviadamente, Kanken, 漢検) faz uma votação aberta para selecionar um ideograma (kanji) que represente o ano do país. Em 2011, o ideograma escolhido foi 絆 (kizuna), que significa "ligação", "conexão"; uma demonstração de que, num ano de perdas e desgraças, a ligação entre seres humanos - responsável pela reconstrução de vidas destruídas - é a que se sobressai. Muitas vezes falamos que japoneses são pessoas frias, mas nesses momentos trágicos enxergamos a compaixão e a sabedoria em reconhecer que não é possível ser plenamente feliz se existem tantas outras pessoas sofrendo. Todos somos um país só, e somos todos igualmente responsáveis por esse país. Isso é kizuna.

Outro fenômeno curioso em 2011, refletido no espírito de kizuna, é que após a tragédia de março, o número de casamentos aumentou, e também o número de divórcios (cerca de 300% (!)). As pessoas perceberam o quão preciosa e frágil é a vida, e como ela pode acabar em fração de segundos sem prévio aviso. Como resultado, muitos resolveram que não deviam mais perder tempo e deveriam correr atrás da felicidade, enquanto ainda há tempo. Muitas ligações foram formadas, e muitas também rompidas.


--

Fim de ano no Japão significa sentir frio. O Inverno chega com força no fim de dezembro e se arrasta até meados de março, quando vem a Primavera. Gastei uma boa parte da bolsa para comprar roupas de frio. Aliás, nunca havia gastado tanto numa única roupa: um sobretudo que parece um futon, que custou o equivalente a 160 reais (pechincha!), um tênis impermeável com camada termoisolante de 100 reais e mais uns 200 reais em roupas de frio, além de luvas, gorros e um aquecedor pro quarto. Pois é, inverno é caro.


O Natal desse ano foi especialmente diferente. Inicialmente, eu iria passar a ceia com meus amigos do koshukai (o B2011), em um hotel na cidade de Nikko; um evento que os bolsistas tradicionalmente fazem todo ano ("Natal de Nikko"). Porém, acabou surgindo o convite para ir para Tohno (uma cidade na província de Iwate, norte de Miyagi) e participar de um projeto chamado "100 papais noéis". Acabei decidindo ir pra lá com meu amigo malasiano (Loh), uma amiga nossa romena (Cecilia), uma garota do Camboja e dois japoneses, que o Loh conheceu em sua última missão pelo Gakuvo. Dessa vez fomos por nossa própria conta e risco: compramos as passagens de ônibus e trens e fomos.

Chegamos em Tohno na manhã do dia 24: ainda estava escuro, havia nevado a noite inteira e as ruas estavam cobertas de uma camada fina (e escorregadia) de gelo e alguns pequenos amontoados de neve. Fazia frio, mas não tanto quanto eu estava esperando. Fizemos nosso "check in" no centro de voluntários (Magokoro net), deixamos as malas num micro-espaço, comemos nosso café-da-manhã que trouxemos de Tokyo, vestimos nossas roupas de papai-noel e fomos para a fila de gente que esperava para ir trabalhar. Tudo era bastante organizado, os papais noéis foram divididos em grupos: um para cada cidade da costa. Nosso grupo foi para a vila de Ootsuchi (大槌町). Nessa vila, que hoje tem pouco mais de 12.000 habitantes, 777  pessoas morreram, 952 estão desaparecidas e mais de 9000 estavam desabrigadas no mês seguinte ao tsunami. No dia 22 de dezembro, dois dias antes de chegarmos, um shopping center com supermercado e uma quadra de compras foram inauguradas no local. Antes disso, os moradores tinham que ir de carro até a cidade mais próxima (20 ~ 30 minutos) para fazer suas compras ou comer fora. Nossa missão era distribuir os milhares de presentes comprados através de doações do Japão e do mundo inteiro. Várias caixas de presentes para os adultos continham escritos de "boa sorte!", "vocês são heróis!", "não desistam!!" e mensagens do tipo em diversas línguas.  Trabalhamos lá no sábado, dia 24, e no domingo, dia 25.

 Papai-noelzada se organizando em times.

Ho Ho Ho Ho! Da esquerda pra direita: Loh, Mae-kun, Cecilia, eu, Yee-chan (embaixo), Kei-kun.

 Nosso local de trabalho no primeiro dia. Primeiros moradores começando a chegar.

 Manhã do dia 25. Nevou a noite toda e estava mais frio que dia 24, mas o Sol brilhava forte. 


Papais noéis magrelos! Vento batendo forte e nossas barbas voando.

Voltamos para Tokyo na noite do dia 26. Durante o dia, fomos para as casas temporárias na cidade de Rikuzentakata (陸前高田市), onde Loh e os outros haviam trabalhado na última missão, em novembro. Fomos lá para oferecer chá e oden (um tipo de sopa daqui, típica do inverno), e ashiyu (足湯, massagem no pés e mãos com água quente) para os moradores. A grande maioria das pessoas que moram lá são velhinhos e velhinhas; como é, aliás, a maioria da população do Japão. Tivemos oportunidade de conversar com eles (ou tentar, porque entender seu sotaque pesado é difícil!) e ouvir várias histórias. Foi realmente uma experiência muito boa! No fim das contas, acabamos distribuindo todo o oden, meias de frio, mandarinas e pequenos presentinhos que trouxemos de Tokyo para todos os moradores.

 Yee-chan servindo Oden.

 Loh e eu ouvindo e tentando conversar com as senhorinhas que esperavam pelas massagens.

Ganhamos até comida feita a mão pelas moradoras dali! Um bolinho de moti recheado com amêndoas e vegetais em conserva (pickles), deliciosos!! 

Na hora de voltar, mesmo com um frio cortante, essa senhora fez questão de nos acompanhar até a entrada das casas e ficar ali conosco até irmos embora! ^^

No fim da tarde, voltamos para o alojamento de voluntários, pegamos nossas coisas e fomos embora. Jantamos perto da estação de Tohno, pegamos o trem até Kitakami (depois de um gélido norikae em Sakuramaki), e de lá pegamos ônibus de volta para Tokyo. Nevou bastante em Kitakami, então pudemos nos divertir um pouco com a neve antes de voltar para Tokyo. =)
 Brincando de katana com uma das estalactites de gelo enormes que se formaram na vidraça da estação.




 Hashi de gelo! :D

E, enquanto brincávamos e esperávamos o ônibus, a neve caía...


Ho Ho Ho! Feliz Natal!!! :))


----

A passagem de ano foi comemorada com os brasileiros (e o Kenji, que já é praticamente brasileiro a essa altura do campeonato) no dormitório de Komaba, onde a Tiaki e o João moram. Fizemos uma senhora compra num mercado brasileiro online, e tivemos uma ceia farta, com lentilha, picanha, cupim, coxinha, bolinho de bacalhau, bolinha de queijo, empadinha e salada! E, numa mistureba cultural, toshikoshi soba (macarrão soba de passagem de ano), ozoni (uma sopa em que cada ingrediente representa uma característica a ser desenvolvida ao longo do ano), e mazamorra morada (um tipo de doce peruano, que aprendi a fazer com a Patty e a Verónica, lá na USP) de sobremesa! Ah e, claro, Guaraná!


 Com direito a Pikachu!! Esse era o (pseudo-) ozoni. Moti, kamaboko e umas ervas japonesas, tudo com seu significado.


Após a ceia, fomos para o Zojoji, templo budista perto da Tokyo Tower, para assistir uma cerimônia em que eles soltam centenas de balões no ar e ouvir as 108 batidas do grande sino. Mas, como atrasamos demais com a ceia (Brasileiros...), acabamos nos atrasando e passando a virada do ano no caminho pro templo, na plataforma de embarque do metrô durante o norikae. Dizem que o que você faz durante a virada do ano se repetirá pelo ano inteiro. Pois então, vamos pegar muitos trens esse ano! :(


Esperando o trem chegar, à 0:01.

Feliz Ano Novo!! Encontramos brasileiros na plataforma também (olha a coincidência!) e pedimos para eles tirarem uma foto nossa. Hehe :)

Primeira visão de Tokyo em 2012, ao sair da estação. Tokyo Tower! :)

Chegando no templo, uma fila enorme de gente. Tinha uma fogueira enorme, bandeirinhas coloridas, balões e várias barraquinhas vendendo comidas e coisas de simpatia pro ano novo. Com o frio que tava fazendo, era como se estivéssemos numa festa junina.

Assistimos um pouco de uma missa. (Obs.: O abade estava usando um chapéu que me fez lembrar de imediato o Chaves.) 

Saindo do templo, fomos a um santuariozinho xintoísta (ainda dentro do precinto do templo), jogamos umas moedinhas e rezamos por um bom ano. 

O grande sino. Na virada do ano eles tocam 108 vezes, numa referência à filosofia budista de que somos acometidos por 108 corrupções que temos que eliminar de nossas vidas. 

 2812?? Zero FAIL!

 Sim, o templo estava lotado de gente e muitos estrangeiros! 




E que venha um bom 2012 para todos nós! 明けましておめでとうございます!
:)