terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vivendo no laboratório

A vida de pesquisador no Japão não é fácil. Japoneses são super dedicados nas coisas que fazem (ou são completamente desleixados: 8 ou 80), e mesmo os pequenos hobbies tornam-se quase uma obsessão para a maioria deles.

A filosofia de pesquisa por aqui é bem diferente do que eu estava acostumado no Brasil: aqui temos seminários do grupo de pesquisa todas as semanas; todos os alunos participam, ora apresentando seus trabalhos, ora fazendo perguntas sobre os trabalhos dos outros. Apesar de parecer meio assustador, é um hábito bastante interessante que motiva os alunos a trabalharem e gerarem resultados para apresentar, e ao mesmo tempo estimula o diálogo inter-pesquisas através do brainstorming com o grupo de trabalho.

Entretanto, parece existir uma certa relutância em fazer trabalhos em parceria com outros laboratórios; possivelmente por egoísmo ou prepotência dos professores, não sei bem ao certo. Mas, enfim, acho que isso deve acontecer em outros laboratórios ao redor do mundo também. (Apesar que na USP a coisa era bem diferente, pelo menos no meu departamento.)


Outro mito é o de que tudo aqui no Japão é high tech. Meu laboratório - e talvez eu tenha sido o azarado - só tem equipamentos velhos e de segunda mão! Mas mesmo isso é interessante: os japas usam os equipamentos até não dar mais, e conseguem bons resultados mesmo assim! Sassuga nihonjin! Não posso dizer o mesmo quanto a mim, que estou travando uma guerra épica contra um HPLC para conseguir medir minhas amostras. Às vezes acho que esse equipamento tem vida própria...

Bom, é isso aí. O Japão não é um mar de sakuras e, de vez em quando, nos decepciona. Mas assim é a vida, não é?


Um comentário:

  1. So the honeymoon period with Japan is over, eh? :p
    Time to face the reality, and be content (grateful) anyway!

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